Escassez de matéria-prima dispara preço da erva-mate na região

Escassez de matéria-prima dispara preço da erva-mate na região

Valor do produto nas prateleiras dos supermercados sobe em média 5% ao mês

 

Quem não vive sem o bom chimarrãozinho do começo da manhã ou do fim de tarde já se espantou ao buscar o produto nas gôndolas dos supermercados. Neste ano, o preço da erva-mate tem aumentado, em média, 5% ao mês. Neste mês, o preço do quilo para o consumidor final chegou a R$ 10 – R$ 4 a mais do que custava em janeiro – e há previsão de um novo aumento em novembro, quando acaba a safra, reduzindo ainda mais os estoques da indústria.

“Essa é a pior crise do setor em 20 anos”, diz o vice-presidente do Sindicato dos Produtores de Mate (Sindimate), Moacir João Tormem. Ele sugere a redução da carga tributária e da margem dos atacadistas a fim de estancar o repasse do custo ao consumidor final.

Luiz Mário Dranka, administrador da ervateira que produz a marca Canoinhas, explica que a crise de hoje é reflexo do grande fluxo de erva argentina que passou a ser exportada para o Brasil na década de 1990. “A Argentina tinha excesso de produção, tinha de colocar a erva-mate em outros países. A erva chegava muito barata no Brasil, mas, mesmo assim, equilibrava o mercado interno, já que o Brasil nunca teve matéria-prima suficiente para suprir o mercado.”

No início dos anos 2000, no entanto, deixou de ser interessante plantar erva-mate na Argentina por causa do baixo preço pago pelos beneficiadores.

O mercado mudou e, em 2010, a Argentina reduziu substancialmente a exportação de erva-mate para o Brasil. Os mercados americano e europeu se tornaram mais atraentes.

Sem a erva argentina e com produção interna insuficiente, não restou alternativa à indústria senão aumentar o preço para o consumidor final. “Estamos vivendo o auge do efeito colateral da falta de matéria-prima”, sentencia Dranka.

 

SEM RUMO

Situação pior vive os gaúchos. Nos campos do Rio Grande do Sul, a área plantada reduziu 10 mil hectares na última década.

Com o fim da safra se aproximando, os estoques nas indústrias estão cada vez mais baixos e a indústria gaúcha tem se socorrido com produtores de Irineópolis, Porto União e Canoinhas. Vale a lei da oferta e da procura. Com os ervais supervalorizados, os produtores têm elevado o preço. Mesmo assim, o negócio tem sido vantajoso para os gaúchos. Para se ter uma ideia, a muda de erva-mate, que há um ano custava R$ 0,50, hoje chega a R$ 1,40.

Mário Francisco Dranka, que já viu muitas crises no setor, prevê pelo menos seis anos para os preços se estabilizarem. Isso porque, muitos produtores estão aumentando os ervais e novos produtores têm surgido de olho na lucratividade do setor. A demora para o crescimento da árvore, no entanto, é indício de que o consumidor pagará ainda muito caro para manter o tradicional hábito de tomar chimarrão.

Fonte: WWW.jmais.com.br   12/10/13  foto: Edinei Wassoaski

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